terça-feira, 17 de novembro de 2009

sobre a agência dos não-humanos.

Como se chegar à beira fosse refrescar.
Ela pediu um dia de areia-mar na praia das bromélias, embora não tivesse visto bromélias da última vez.
Estendeu a canga preta com bolinhas brancas que comprara no outro ano, e abriu o guarda-sol colorido tomado emprestado na casa vermelha.
Sozinha, teve dificuldade em fincá-lo na areia.
Um caranguejo beliscou o seu mindinho, a moça se assustou.
O guarda-sol, vendo a falta de jeito dela, ajeitou-se melhor fazendo sombra, sentiu pena.
Sozinha, teve dificuldade em passar o protetor solar nas próprias costas.
O guarda-sol olhou de canto, entretanto, nada pode fazer.
Ela cantarolou Dorival e bateu fotos do guarda-sol, ele sorriu.
Estava mais fresco, sim, estava.
A moça adormeceu sobre a canga/sobre a areia agradecendo o vento que vinha do oceano.
O mar estava parado, era o guarda-sol que gentilmente soprava,
e ele recebeu um olhar terno do pequeno caranguejo.

6 comentários:

  1. como ele se chama?
    será que não gostaria da jocasta?

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  2. "Como se chegar à beira fosse refrescar."
    rsrs muito bom.
    gostei bem do txt.
    bjo.

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  3. Este comentário foi removido por um administrador do blog.

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  4. Ah, depois de ter postado um texto ácido lá no meu blog, achei um pouco de leveza aqui, minha flor! beijo doce pra vc!

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  5. Ah! As coisas da "natura" e as coisas humanas... um mesmo espaço e toda a trama está sobre a tanga... era a moça... era ela capaz de reunir em harmonia todos os elementos e fazê-los rir, olharem-se agradecidos e ternos. Ah... bem sei que o carangueijo me é estrela e sina, e volta e meia mordisco meu próprio minguinho... a saber se vivo...
    As palavras, uma brisa... tudo me chegou e me desmonto salgado a beira desse mar.

    Abraços!

    Uiliam F. B. (Papoético)

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