quinta-feira, 22 de março de 2007

about me and cecília.

Cecília acorda [ainda está cansada]. Ela pensa em um cigarro, mas toma chá de hortelã. Veste-se mais rápido que de costume. O telefone toca. Dois toques. Ela sabe quem é; não retorna a ligação. Imagina que seria bom ser trapezista. Concentrar-se somente em não cair. Ela está ruindo. Cada parte de seu corpo branco desfazendo como gesso. “Como eu dormi”, ela fala espantada. A dor de cabeça confirma que o tempo passou às pressas por seu sono [ainda está cansada]. Cecília acende o cigarro. Tenta soltar fumaça redondinha. Não consegue. “Que saco”. Não lembra o que sonhou. Talvez ela tenha gritado e acordado com a voz saindo rouca. Ou isso foi na outra noite. Pega a mochila: agenda, cigarros, livro de poesia, caneta, bloco rosa pink e ansiolíticos. Esqueceu as fichas do ônibus. Volta. Rói as unhas e sai. Na rua, pensa que deveria ter comido algo, vai ficar tonta logo.

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