Eu bordava o tecido quadriculado distraída.
Não ouvia o que vinha de lá.
Não ouvia o caminhar da agulha,
mas ouvi meu dedo chorar ao ser bicado por ela.
Não que ele sentisse muita dor,
é que bicadas são sempre ofensivas,
vão desfazendo as boas relações.
Uma mancha de sangue no tecido,
um enfeite de flor vermelha completando o bordado.
Um dedo chorão.
Eu construía coisas sempre mal encaixadas.
Alinhavava torto.
Enrolava-me com as linhas.
Amassava os tecidos.
Meus pequenos monstros eram recheados de espuma e vazios,
vazios meio encaroçados.
Eu costurava como quem passeia sozinho no parque.
Olha, eu prefiro os monstros vazios...e pequenos....rsrsrsrs
ResponderExcluirtb gosto daqui!
;O)
Não precisa ter medo não criança sonho, no fim das contas tudo é aprendizado.
ResponderExcluirE como diria a hermana Cris.
"Tou bem gente, ando costurando trapos.
Sou especialista na arte dos remendos.
rs
Lindo texto,
Um beijo com sonho.
Somos tecelões de sonhos.
ResponderExcluirCosturamos o preto, o amarelo, o branco.
O vermelho aparece, o azul, as cores.
Sabores, nem todos podemos provar.
Um beijo!
"Costuro esperança num mundo onde há homens cortadores de sonhos..."
ResponderExcluirMuito bacana teu blog, parabéns pelas belas palavras...
abraço
Mil vezes alinhar torto e construir coisas mal encaixadas à uma caixa de costura banal.
ResponderExcluirAcho que a vida é um eterno alinhamento torto de dias mal encaixados e é justamente nisso que reside sua graça. -)
não sei dos alinhavados e dos monstros.
ResponderExcluirmas os versos nos poemas são bem encaixados.
E no segredos das horas tecia uma trama... de amor! bjs moça.
ResponderExcluirLindo, lindo, lindo.
ResponderExcluirBeijo