domingo, 12 de outubro de 2008

remoendas.

Saudade roendo minhas unhas.
Há nas pontas dos dedos um pouco de sangue
Piscar de olhos de martelada em cada porta.
Aqueles vir e não-vir bailando com as minhas saias.
É claro, um tanto mais claro do que o costumeiro às minhas retinas.
E os meus pesares caminham debaixo daquela sombrinha
- tentar escapar do sol.
A fome lambe-me o rosto com tons de carícia
- contornos.
Há na ponta do nariz um ar de Gógol.
E eu me livro de telefones mudos enviando cartas seladas com cuspe.

3 comentários:

  1. saudade, saudade...sempre a mesma e velha saudade que bate e permanece. Que tal uma panela de brigadeiro (negrinho) pra amenizar a fome que a saudade traz?! A gente se deve essa. beijos, bebeth!

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  2. saudade de vc tb,guria.

    faz um tempo que li um poema do Mario quintana e lembrei de ti,mesmo odiando frio e gostando das cariocas

    ''O Mapa''
    por Mario Quintana

    Olho o mapa da cidade
    Como quem examinasse
    A anatomia de um corpo…
    (E nem que fosse o meu corpo!)
    Sinto uma dor infinita
    Das ruas de Porto Alegre
    Onde jamais passarei…
    Há tanta esquina esquisita,
    Tanta nuança de paredes,
    Há tanta moça bonita
    Nas ruas que não andei
    (E há uma rua encantada
    Que nem em sonhos sonhei…)
    Quando eu for, um dia desses,
    Poeira ou folha levada
    No vento da madrugada,
    Serei um pouco do nada
    Invisível, delicioso
    Que faz com que o teu ar
    Pareça mais um olhar,
    Suave mistério amoroso,
    Cidade de meu andar
    (Deste já tão longo andar!)
    E talvez de meu repouso…


    ps:nunca fui em porto alegre

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