Saudade roendo minhas unhas.
Há nas pontas dos dedos um pouco de sangue
Piscar de olhos de martelada em cada porta.
Aqueles vir e não-vir bailando com as minhas saias.
É claro, um tanto mais claro do que o costumeiro às minhas retinas.
E os meus pesares caminham debaixo daquela sombrinha
- tentar escapar do sol.
A fome lambe-me o rosto com tons de carícia
- contornos.
Há na ponta do nariz um ar de Gógol.
E eu me livro de telefones mudos enviando cartas seladas com cuspe.
bailando nas suas saias
ResponderExcluirsaudade, saudade...sempre a mesma e velha saudade que bate e permanece. Que tal uma panela de brigadeiro (negrinho) pra amenizar a fome que a saudade traz?! A gente se deve essa. beijos, bebeth!
ResponderExcluirsaudade de vc tb,guria.
ResponderExcluirfaz um tempo que li um poema do Mario quintana e lembrei de ti,mesmo odiando frio e gostando das cariocas
''O Mapa''
por Mario Quintana
Olho o mapa da cidade
Como quem examinasse
A anatomia de um corpo…
(E nem que fosse o meu corpo!)
Sinto uma dor infinita
Das ruas de Porto Alegre
Onde jamais passarei…
Há tanta esquina esquisita,
Tanta nuança de paredes,
Há tanta moça bonita
Nas ruas que não andei
(E há uma rua encantada
Que nem em sonhos sonhei…)
Quando eu for, um dia desses,
Poeira ou folha levada
No vento da madrugada,
Serei um pouco do nada
Invisível, delicioso
Que faz com que o teu ar
Pareça mais um olhar,
Suave mistério amoroso,
Cidade de meu andar
(Deste já tão longo andar!)
E talvez de meu repouso…
ps:nunca fui em porto alegre