terça-feira, 8 de março de 2011

hacer amor.



por aqui, ainda não aprendemos a fazer amor por telepatia
sabemos fazer amor, isso sim.
hora de costurar novos tons na veste surrada.
posso bordar tulipas também em teu corpo,
só não peça para regá-las com nada menos que a vida.
a minha vida, for sure,
da tua, eu nada saberei além de arremedos
- o mostrado quando não se sabe/quer viver de todo –
medos? ainda temo o morno.
continuo a doer nos outros, e vice-versa,
porém agora contabilizo de outra maneira.
o estar-aqui é que não pode machucar.
marcar ≠ doer → no olvidar
amor? que es esto?
é costurar um mesmo tecido.

PS: Es difícil hacer el amor pero se aprende (Antonio Cisneros).

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9 comentários:

  1. Vim para ficarmos abraçadas enquanto choram tua irmã e o menino da falta que lhes fazemos. Por que já crescemos, mandaram-nos engolir o choro. Mas como, de alguma forma, precisávamos verter, fomos ao jardim regar tulipas, com nada menos do que a vida. Despetalo bem-nos-querem. Torces pela próxima pétala. Nos querem bem. E querem muito. Desenraizo tuas saudades para colocar num vaso maior.

    Querida, sabemos uma da outra. Te acompanho.

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  2. O amor é uma presença telepática constante nos meus dias.

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  3. Este comentário foi removido pelo autor.

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  4. Gostei demais desse texto. E aproveito para te parabenizar pelo blog, que é uma lindeza. Pelas palavras, as entrelinhas, as vírgulas. E o amor, ah o amor. Não sei. Ainda.

    Um beijo e obrigada pela visita

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  5. Seu blog é apaixonante.

    Lindo texto!

    Grande Beijo.

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  6. Vim sorrir à saúde de seus dedos. Sempre cheios de nódulos de coser nos tecidos da vida os seus segredos. As vezes escuto seu choro baixinho. O estranho é que as lágrimas vertidas não rolam somente pelos outros, mas sobretudo, por si mesma. E isso me dá medo.

    Te abraço com amor.

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  7. Quanta beleza, não? No tempo que eu passei longe daqui, você voltou como limbo lúdico aflorado. Quem ganha com isso, somos nós, seus leitores.

    beijos.

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