Cecília já tinha certeza de que viveria como aquela gérbera, mergulhada sozinha na morada de vidro. Foi aí que a campainha tocou:
- Oi, eu sou Davi, mudei pro apartamento da frente. Eu fiz muita salada de fruta, quer um pouco?
Ela quis e achou que Davi tinha um quê de pescador. Só que no dia seguinte, ele apareceu convidando-a para jogar videogame e Cecília pensou “isso não combina com pescaria”. Ela disse que não podia, tinha muita coisa do mestrado para ler. Davi perguntou o que ela estudava:
- Eu estudo COM uma comunidade de pescadores.
- Que bonito. Um dia, se os pescadores deixarem, eu posso ir junto contigo fazer umas fotos? É que as coisas da água me encantam.
Foi então que Cecília percebeu que não era um ar de pescador que ele possuía e sim um ar familiar. Talvez ainda não familiar, mas que logo seria, só pelo jeito-cheiro de gente das águas que Davi tinha.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
fim de festa.
Eu que sou triste, meio des-sendo, achei que a festa tinha acabado. Mas então surgiu, não sei trazida por quem, outra cachacinha e acabei ficando um pouco mais. Eu olhei assim, ele olhou pra mim e eu disse, des-dizendo, “love u”; e a noite foi de um bailado bonito, meio trôpego, mas com ritmo. Só que no dia seguinte (o dia mesmo, não a pílula) eu acordei de ressaca, mandei-o embora, vomitei, tomei chá, expurguei e decidi que nessa festa eu não quero mais dançar. Quem sabe quando o carnaval chegar...
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