acordamos. a noite bebendo cerveja barata e discutindo o existir. discutir cinco minutos antes de dormir como pedra nunca foi um ato inteligente. pensei que tu me acordaria chupando meus peitinhos. meus peitos, os mais lindos do mundo, ainda. mas não, claro que não. tu acordou com fome, de comida, infelizmente. nem quis enrolar na cama, nem pediu pelos meu gemidos. achei ruim. trágico, na verdade. não queria achar que parecíamos um casal entediado e imóvel. te vi gordo. te vi perdendo tudo o que sempre me pareceu tão sexy. à tarde não fomos ao sex shop como há muito combinávamos. te achei preguiçoso. a resposta de que tu não precisava de acessórios para me comer não me convenceu. continuei te achando preguiçoso. fiquei sem vontade de transar com um bukowski fajuto e aposentado. perguntei se tu precisava de um pouco de espaço, se queria ficar sozinho. acho que eu queria ficar sozinha. queria ler textos eróticos e me tocar, sem acessórios. eu sim sem acessórios. talvez imaginar anna karina lambendo meus mamilos. pensar em natalie portman fazendo strip em cima do meu corpo branco. ela estaria usando aquela peruca cor-de-rosa. era isso, queria ficar sozinha e não pensar em ti e em nenhum outro homem. os homens estavam parecendo inúteis. queria sexo, sabe. mas sexo de enlouquecer, de implorar por mais forte e por mais rápido. queria ser amarrada naquele instante e tremer apenas com um toque. pensei que tu nunca mais ia ser capaz de me fazer feliz assim. dessa felicidade de amantes irrecuperáveis. não sabia se algum dia voltaríamos a ser irrecuperáveis.
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