A vida segue um rumo o qual nem sempre lhe convém.
E ela, que já não estaria presente retoma a linha
[aqui
um quase lugar sempre borrado.
O poente tem a cor da ausência.
desplazamiento
Ela dança uma valsa torta,
tímida como todas as suas danças.
Música nenhuma lhe cabe por completo:
ela, porosa que é.
it's a lonely day
Está em casa?
Estar em casa também não é físico.
Fotografa galos de gesso em tardes de sol
e esquece se passou o filme para frente ou não.
Ela conhece o azul que embala,
pero hay siempre laranja demais em seus dias.
terça-feira, 21 de setembro de 2010
terça-feira, 14 de setembro de 2010
malefício.
Nada,
a casa muda
apenas os retratos
a mirar com ar de descrédito.
Justo quando tudo supostamente viraria mais
Será malefício?
O ar calmo não aparenta
carregar nenhuma investida.
E como se proteger aqui?
Esperar o tempo mudar,
como quem observa uma árvore crescer
Em cidades sem trilhos
ouvir o apito é mau agouro
Mas dizem haver muita vida
por trás das janelas cerradas.
a casa muda
apenas os retratos
a mirar com ar de descrédito.
Justo quando tudo supostamente viraria mais
Será malefício?
O ar calmo não aparenta
carregar nenhuma investida.
E como se proteger aqui?
Esperar o tempo mudar,
como quem observa uma árvore crescer
Em cidades sem trilhos
ouvir o apito é mau agouro
Mas dizem haver muita vida
por trás das janelas cerradas.
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
da chuva, das viúvas e de outras senhoras.
Chove de ouvir as poças do outro lado da veneziana, rangendo com ela. Como se aqui ninguém entrasse e se pudesse flutuar sozinho em uma cama. A chuva apela a mim, eu que só guardo gotas de mar.
Desenho bonecas com cabelos de nuvem, mas queria mesmo desenhar artérias novas para meu pai. Eu, pequena e branca como ele.
O temor bóia comigo na cama, tudo inundado nesse inverno prolongado.
Visto coletes de retalhos coloridos e me estranho no espelho. Procuro o colete salva-vidas laranja como o entardecer da casa de meus pais.
Rogo voltar a rezar, mas sinto vergonha.
A chuva cai apontando para mim do lado de lá da vidraça. Tonteio quase caindo da cama-barco em uma poça-arapuca.
Ninguém bordará “ficará tudo bem” nos dias que eu visto.
E essa moça do tempo a só prever nuvens cinza nos cabelos de minhas bonecas?
Sou viúva de um pirata, desaprendi a naufragar navios inimigos. Viúvas de piratas encolhem mais do que as outras viúvas.
Desenho bonecas com cabelos de nuvem, mas queria mesmo desenhar artérias novas para meu pai. Eu, pequena e branca como ele.
O temor bóia comigo na cama, tudo inundado nesse inverno prolongado.
Visto coletes de retalhos coloridos e me estranho no espelho. Procuro o colete salva-vidas laranja como o entardecer da casa de meus pais.
Rogo voltar a rezar, mas sinto vergonha.
A chuva cai apontando para mim do lado de lá da vidraça. Tonteio quase caindo da cama-barco em uma poça-arapuca.
Ninguém bordará “ficará tudo bem” nos dias que eu visto.
E essa moça do tempo a só prever nuvens cinza nos cabelos de minhas bonecas?
Sou viúva de um pirata, desaprendi a naufragar navios inimigos. Viúvas de piratas encolhem mais do que as outras viúvas.
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